Poesias

TÉDIO

Todo homem
obediente à sina
de pastorear nuvens
um dia há de ouvir
o tédio
o bocejo dos mortos
dentro dos jazigos
pois seu rebanho
começa a se dispersar
infiel ao primeiro açoite
dos relâmpagos
ao primeiro vento que apague
a último candeia da infância
e conhecerá a solidão
a que nunca estanca
das fontes do desespero
como um sudário cai
anoitecido sobre a esperança
que não vê o punhal da agonia
o espetáculo de sangue
por onde chafurdamos.


10/01/2012

 

 

Site da Rede Artistas Gaúchos desenvolvido por wwsites