Poesias
Desencontro
Se o teu chamado
vem sempre do sonho
e o meu, da esperança
seremos duas solidões,
uma, de joelhos – outra,
levantada de arrogância
a lamentarmos de ilhas
apartadas por nossos desejos
como o intervalo, o tempo
perdulário de um vaso
a quebrar-se entre um corpo
que não se entende, por viver,
e um coração que não se desprende,
por morrer só por fora – e não perdoar.
A tua falta é a minha presença
que se perde de mim, sem ninguém.
Deixa que venha o anjo do acaso
e nos sobressalte com o riso da manhã.
14/12/2010