Poesias

Réptil

O que há em mim
que não acontece
ou é a vida que é assim
feita de sucessivas mortes?

O que há em mim
que balança ao vento dos desejos
ou é a morte pelas costas a empurrar-me
para a cova que não cavei?

O que há em mim
que não teme o fim
mas o começo, ano após ano,
de todos os desenganos?


O que há em mim
que no peito convulsa
ou é a palavra que se precipita
réptil do deserto como se fosse o mar?


24/08/2010

 

 

Site da Rede Artistas Gaúchos desenvolvido por wwsites