Poesias
LIVRO DE PRECEITOS – 11
Somos feitos
para nos devorarmos depois da sedução,
não para nos amarmos.
Se não enterrares os teus mortos,
o que podes criar de novo?
Todas as coisas
esperam
ser persuadidas.
Não haverá outro Destino
senão cavar e cavar
nas areias movediças
da Esperança?
De agora em diante
tangerás a dor
como o animal ferido,
a ocultar dos abutres
as futuras carniças.
Depois de rastejar
ergue o vôo, e voa alto,
o mais alto que podes voar
até que asas nasçam de ti.
Se não podes ressuscitar os mortos,
ressuscita a ti próprio.
Agora sabes,
como os revolucionários e os loucos,
que estar vivo é desumilhar-se.
22/11/2011